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NORMAS PARA UNIDADES DE CUIDADOS NA MATERNIDADE

A evidência científica atual enfatiza que a continuidade dos cuidados liderados por Enfermeiras Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica (EESMO) em mulheres com gravidezes de baixo risco, comparativamente ao modelo de assistência médico, está associada a:
– uma diminuição de intervenções durante o trabalho de parto;
– uma diminuição das taxas de cesariana;
– uma menor necessidade de utilização de opióides no controlo da dor;
– uma
maior satisfação da mulher e do casal com a sua experiência de parto.

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Toda a filosofia do modelo de acompanhamento por parteira enfatiza a gravidez e o parto como acontecimentos normais, sendo este um modelo assistencial que oferece um atendimento de qualidade a todas as mulheres grávidas. No entanto, existem ainda “muito poucas unidades lideradas por EESMO, bem apoiadas e com recursos, disponíveis em todo o mundo, o que limita a oportunidade de disponibilizar um atendimento ideal, consistente, de elevada qualidade, seguro e económico para as mulheres e os seus recém-nascidos.”

Deste modo, a Midwifery Unit Network e a European Midwives Association uniram esforços no sentido de elaborar um conjunto de normas que servissem como ferramenta impulsionadora da criação de Midwifery Units, garantindo qualidade e segurança dos cuidados. Este documento, intitulado na sua versão original “Midwifery Unit Standards”, foi recentemente traduzido para a língua portuguesa e pode ser consultado na íntegra aqui.

As “Normas para Unidades de Cuidados na Maternidade (UCM)” pretendem uniformizar as práticas na prestação de cuidados na maternidade, promovendo um modelo de cuidados biopsicossocial às mulheres e suas famílias. Têm também como objetivo esclarecer todos os implicados em futuras decisões profissionais e políticas sobre o funcionamento deste modelo assistencial.

As UCM são locais “onde se prestam cuidados na maternidade (gravidez, parto e pós-parto) a mulheres saudáveis com gestações sem complicações, em que os Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica (EESMO) assumem a responsabilidade principal pela prestação dos cuidados”, podendo estar localizadas fora do hospital (extra-hospitalares) ou adjacentes a uma unidade obstétrica.

A Organização Mundial de Saúde emitiu em 2018 um documento no qual foca a necessidade de promover experiências positivas de parto, salientando a importância da prestação de cuidados de saúde de qualidade e respeitosos, bem como a continuidade das relações com os cuidadores. (WHO, 2018). Também a “declaração da White Ribbon Alliance sobre Maternidade Respeitosa (…) enfatiza a importância do cuidado respeitoso e da autonomia das mulheres (White Ribbon Alliance, 2012).” Todos esses princípios e orientações são pilares basilares das UCM.

A Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras (APEO) “considera de elevada importância a implementação a nível nacional deste modelo de continuidade na assistência obstétrica”, em articulação com outras estruturas de assistência materno-fetal, desejando que as UCM se tornem a principal via de atendimento direto para grávidas saudáveis. Deste modo, esperam que “esta publicação forneça a todos os implicados em futuras decisões profissionais e políticas, a explicação abrangente sobre como funciona este modelo assistencial.”

Clique aqui para ler o documento Normas para Unidades de Cuidados na Maternidade (UCM).


 

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